A proteína no centro do debate

Nas últimas décadas, temos visto tendências alimentares surgirem em muitos países ao redor do mundo. No início da década de 1960, muitas pessoas começaram a virar as costas para a gordura. Reduzir a gordura em nossas dietas tornou-se uma meta abrangente, promovida por médicos e órgãos governamentais em todo o planeta. A indústria de alimentos respondeu dando-nos milhares de produtos com baixo teor de gordura ou sem gordura nenhuma. Mas muitas vezes eles adicionavam muito açúcar para tornar o sabor desses produtos melhor, substituindo o sabor que foi perdido quando a gordura foi removida. Isso levou a um aumento significativo no consumo de açúcar.

Já no início dos anos 2000, vimos uma mudança em direção às pessoas que tentavam praticar dietas com baixo teor de carboidratos, especialmente açúcar.

Gorduras, carboidratos e proteínas são os três macro nutrientes que constituem a maioria dos alimentos que comemos. Como a proteína da dieta é o único macro nutriente que não foi historicamente rotulado como um alimento a ser evitado ou eliminado, alguns pesquisadores sugerem que a proteína foi deixada sob uma espécie de altar. Obviamente, é importante para a nossa saúde obter proteína suficiente e os aminoácidos que a constituem nas proporções corretas. E, em algumas partes do mundo, especialmente em países de baixa renda, algumas pessoas ainda sofrem de desnutrição proteica. Por causa disso, as agências de saúde pública enfatizaram corretamente a importância da proteína em uma dieta saudável.

O problema é que, para uma proporção cada vez maior da população global, as pessoas interpretaram mal esta mensagem como significando que a proteína, especialmente a proteína animal, é boa para nós em qualquer quantidade e, quanto mais, melhor. Globalmente, o consumo de carne tem aumentado há décadas. Na realidade, as dietas ricas em carne e outras proteínas animais vão contra as recomendações de saúde em muitas partes do mundo.

Em vez de comer grandes quantidades de carne e outras proteínas animais, estamos sendo incentivados a aumentar as proteínas vegetais em nossa dieta, encontradas no feijão, lentilha, nozes e sementes, que contém muitos outros nutrientes, como fibras, que são essenciais para a nossa saúde.

Em comparação com a produção de carne, a produção de proteínas vegetais é muito mais fácil em nosso planeta. Uma recente revisão sistemática conduzida pelo Dr. Christopher Gardner da Universidade de Stanford, levou a recomendações para uma mudança que otimizaria nossa saúde e a saúde de nosso planeta, que consiste em consumir um pouco menos, escolher um pedaço menor de frango ou pular a segunda fatia de carne do sanduíche. Você provavelmente nem notará a diferença, mas o planeta sim.